O GÊNERO TEXTUAL TGI II PARA A FORMAÇÃO DE NOVOS PESQUISADORES NA GRADUAÇÃO

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Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a influência de uma tutoria do Laboratório de Letramento Acadêmico (LLAC) na escrita do gênero Trabalho de Graduação Individual II (TGI II) de uma estudante de graduação. Com base na perspectiva do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), no conceito de capacidades de linguagem (Dolz; Schneuwly, 2004) e na perspectiva de letramento acadêmico (Street, 1995; Lousada; Dezutter, 2023), examinamos as mudanças entre a versão inicial e a versão pós-tutoria do texto, considerando as capacidades de ação, discursivas e linguístico-discursivas. Além disso, a interação entre monitor-tutor e aluno durante a tutoria foi utilizada para verificar, por meio da transcrição da gravação em áudio, se as mudanças tiveram origem nas discussões levantadas pela tutoria. Para as análises, utilizamos o Modelo de Análise de Textos de Bronckart (2003), que segue um procedimento metodológico descendente. Esse modelo considera o contexto de produção da linguagem, envolvendo fatores como enunciador, destinatário e situação de comunicação, e avança para o exame dos mecanismos discursivos e linguístico-discursivos. Os resultados indicaram avanços na organização textual, na adequação das referências às normas acadêmicas e no posicionamento enunciativo da estudante. Ademais, ao fornecer suporte à produção escrita de um gênero de texto específico do início da pesquisa na graduação e à construção do letramento acadêmico, o espaço da tutoria por meio do LLAC se mostrou um instrumento na formação de jovens pesquisadores, ao buscar promover a inserção dos estudantes na esfera universitária e acadêmica.

Biografia do Autor

Andressa Letícia Villagra Silva, Universidade de São Paulo

Doutoranda em Estudos Linguísticos pelo Programa de Pós-Graduação em Letras Estrangeiras e Tradução da Universidade de São Paulo. Mestre em Estudos Linguísticos pelo mesmo programa com bolsa CNPq. É graduada em Letras, em Bacharelado com Habilitação em Português e Linguística na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). É monitora-tutora do Laboratório de Letramento Acadêmico da USP (LLAC), atuando no nível da graduação e pós-graduação. Concluiu Iniciação Científica como bolsista FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo) pela Universidade de São Paulo com o projeto de pesquisa intitulado "Artigos científicos em periódicos do Brasil e do Chile:uma análise comparativa de duas línguas/ culturas", com término em julho de 2020. Participa ainda do grupo de pesquisa ALTER-AGE (USP/CNPq) e do grupo de pesquisa Diálogo (USP/CNPq) na qualidade de estudante. É bacharel em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, graduação concluída em 2016. (Fonte: Currículo Lattes)

Eliane Gouveia Lousada, Universidade de São Paulo

Possui mestrado (1998), doutorado (2006) em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e livre docência (2024) pela Universidade de São Paulo. É líder dos grupos de pesquisa ALTER-CNPq (Analise de Linguagem, Trabalho e suas Relações) e ALTER-AGE-CNPq. Atualmente é professora-associada do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), área de Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês e do PPG em Letras Estrangeiras e Tradução, na Universidade de São Paulo. Foi professora da University of Guelph, Canadá, no departamento de Etudes Françaises, onde atuou na graduação e no mestrado (Masters) em Estudos Franceses (French Studies). Nesse contexto, ministrou a discilpina de pós-graduação em Didática do Francês como Língua Segunda/Estrangeira e orientou alunos de MA. Tem experiência nas áreas de desenvolvimento e formação de professores, análise de material didático baseado na noção de gênero textual e análise de textos e discursos produzidos em situação de trabalho educacional, com publicações científicas nessas áreas. Além disso, é coautora de livros didáticos em inglês e francês como língua estrangeira e português como língua materna. Suas pesquisas apoiam-se nos pressupostos teóricos do interacionismo sociodiscursivo, nas teorias de análise dos textos e discursos, na ergonomia da atividade e na clínica da atividade. As questões abordadas em suas pesquisas estão ligadas ao uso dos gêneros textuais na aprendizagem de língua materna e estrangeira (francês e inglês), à análise e elaboração de material didático baseado no conceito de gênero textual, ao desenvolvimento de professores dentro de uma visão coerente com as ciências do trabalho e à análise dos textos/discursos produzidos em situação de trabalho educacional. Foi coordenadora do GT de Gêneros Textuais/Discursivos da ANPOLL nos biênios 2017-2019 e 2019-2021. É membro do Conseil Scientifique de l'AUF (Agence universitaire de la Francophonie).. (Fonte: Currículo Lattes)

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Publicado

2025-09-11