DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA: A PRÁTICA DA COMUNICAÇÃO ORAL COMO FERRAMENTA DE FORMAÇÃO DE PESQUISADORES

Autores/as

Resumen

Este artigo discute a prática da comunicação oral como forma de divulgação científica no contexto da Iniciação Científica (IC), destacando seu papel na formação de pesquisadores e no desenvolvimento dos letramentos científico e acadêmico. Com base em pesquisa qualitativa (Lüdke; André, 2012) e etnográfica (Uriarte, 2012), acompanhamos duas pesquisadoras do curso de Letras durante a realização de suas comunicações orais nos seminários de avaliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC) e do Programa Institucional Voluntário de Iniciação Científica (PIVIC). Para tanto, tomamos o conceito de letramento enquanto prática social (Street, 2014; Barton; Hamilton, 2004; Gee, 2004; Fischer, 2008; Fiad, 2015), de práticas e eventos de letramento (Street, 2014), de campo científico (Pierre Bourdieu, 1983; 2004), da Iniciação Científica (Massi; Queiroz, 2015) e dos estudos sobre oralidade e comunicação oral - aspectos linguísticos, não linguísticos e estruturais - (Dolz et al., 2004; Zani, 2018; Bueno, 2008). Os resultados mostram que a comunicação oral contribui para o pertencimento dos(as) estudantes nos campos científico e acadêmico, promovendo a construção de uma identidade de pesquisador(a). Contudo, evidencia-se a falta de orientação explícita para essa prática no ensino superior, o que reforça a necessidade de ações pedagógicas sistemáticas que abordem suas especificidades. Concluímos que a comunicação oral, enquanto prática de divulgação científica, não apenas socializa o conhecimento, mas também desempenha um papel na formação científica e acadêmica, ao integrar estudantes às práticas discursivas e sociais desses campos.

Publicado

2025-09-11