“O GRITO DAS OPRIMIDAS”: A TEATRALIDADE DE GÊNERO COMO ENREDO TERAPÊUTICO EM UMA OFICINA PEDAGÓGICA VIRTUAL
Resumo
Registra a aplicação de um produto educacional (PE) tipificado como “Oficina pedagógica virtual: o Grito das Oprimidas”, a qual aborda relações de gênero na Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Subsidiou-se na metodologia do Teatro do Oprimido (TO) como recurso didático-pedagógico e terapêutico, especificamente, jogos, exercícios e técnicas referentes à Estética do Oprimido, oriundo de uma Dissertação de Mestrado na área de Ensino. Foi desenvolvido com meninas do Curso Técnico-integrado em Eletrotécnica, do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), objetivando fomentar reflexões sobre gênero e as determinações de poder imbuídas à mulher no contexto da EPT. A expressão através da arte, o diálogo entre imagens corporais, a produção coletiva de poesias e as verbalizações reverberaram experiências institucionais opressoras, que tendem a subalternizar, subestimar, aliciar, assediar e excluir a mulher dos processos educativos na EPT. A introjeção de estereótipos e o menosprezo quanto à equidade de gênero vinculados às vivências educacionais opressoras podem induzir medos relacionados à competência profissional, característicos do Fenômeno do Impostor (FI). Geralmente, o FI é internalizado por pessoas com reconhecido sucesso profissional, mas que automenosprezam sua capacidade, seus próprios méritos, suscitando sofrimento psíquico por acharem que estão enganando os outros diante de seu desempenho. Foram destaque na oficina, o exercício do pensamento crítico relacionado à ação das questões sociais sobre as individualidades, como também os sentimentos de união e força para o enfrentamento coletivo que emanaram do encontro entre as mulheres que se autoreconheceram como oprimidas da própria estrutura institucional formativa, bem como do mercado de trabalho.